quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Recebemos a carta da abertura do processo - agora, como tirar os antecedentes?

Olá leitores,

Estamos aqui com visto de estudante/trabalho e em paralelo demos entrada no processo.  Os documentos foram recebidos pelo CIO em Sydney dia 11 de junho e no dia 26 de agosto vi que foram debitadas as taxas no cartão de crédito, então estávamos só esperando a carta.

Para nossa surpresa, recebemos a carta por e-mail hoje!  Imagino que uma por correio deve estar sendo enviada para o endereço dos meus pais (que é nosso endereço de correspondência), vamos ver quanto tempo demora.

Antes de sair do Brasil deixamos tudo pronto para quando chegasse o pedido dos documentos, a única coisa que ficou faltando foi a certidão de antecedentes criminais da Polícia Federal (a do estado de SP conseguimos).  Estamos tentando pelo site: http://www.dpf.gov.br/servicos/antecedentes-criminais há meses mas toda hora (mesmo 3 da manhã) recebemos o aviso de que o sistema está sobrecarregado, tente novamente mais tarde.    Preciso de ajuda de quem passou por isso recentemente - como vocês fizeram, tiveram que ir na PF?  Já deixei nossos procuradores com procurações específicas pra isso, mas que é muito chato pedir pra eles fazerem isso é, né?

Estamos correndo contra o tempo por 2 motivos: a certidão do estado de SP só tem validade de 90 dias e meu marido tirou a dele dia 31/8 ou seja, temos só mais um mês de validade da certidão e precisamos mandar a papelada pro consulado o mais rápido possível.  O outro é que, se nosso status de residente permanente sair até meados do ano que vem, conseguimos que o meu marido pague preço de canadense no mestrado (metade do preço de international student) - que não deixa de ser um belo motivo, certo?

--Atualizando: sabia que meus leitores não me deixariam na mão!  A Andréa Godoy perguntou se eu estava usando o Google Chrome - sim estava!  Usei o Internet Explorer e deu certo!  Até do maridón argentino deu certo!  Fica aí a dica, preciosíssima!!!!!!!!!  Valeu Andréa!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O 1o incêndio no Canadá a gente nunca esquece...

Felizmente não foi no nosso prédio, mas foi no prédio em frente ao nosso.  E dos poucos que precisaram ser hospitalizados todos estão bem.

Foi num dos prédios de "low income housing" que temos na nossa vizinhança.  O prédio é administrado pelo Toronto Community Housing e além de várias famílias, havia também idosos, pessoas com problemas mentais e, dizem as más línguas, bandidos e traficantes vivendo no prédio.  As 1200 pessoas que  moram lá estão fora desde 6a feira e não vão poder voltar até terem certeza de que o incêndio não afetou a estrutura do prédio.

Eu estava chegando em casa quando o fogo estava começando.  Aproveitei para registrar as chamas impressionantes e o trabalho dos bombeiros.  Minha foto foi até publicada na 1a página do CP24.com, canal de notícias aqui de Toronto.

Impressionante a organização, foi um 6-alarm fire que descobrimos que bombeiros de 6 quartéis vieram pra cá.  Eles demoraram 6 horas para apagar o fogo do apartamento principal e um tempão pra evacuar o prédio.  Foi aterrorizante ver as pessoas nas varandas, um senhorzinho ficava enchendo uma panela com água e jogando pela varanda.  As pessoas não pareciam desesperadas, mas realmente não sei porque não saíram, principalmente às que estavam do outro lado do edifício (que é gigante) - só posso imaginar que havia fumaça no corredor ou que eram pessoas com problemas de saúde ou problemas mentais.  Na frente há um community centre e rapidamente já estava distribuindo água, na sequência arrumaram alojamento pra todo mundo e os ônibus do TTC levavam e traziam as pessoas para os vários alojamentos.  A Cruz Vermelha distribuiu cobertores (no dia do incêndio fez um calor de 30 graus e na sequência a temperatura caiu - muita gente estava apenas de camiseta).  No dia seguinte, o Toronto Animal Services entrou nos apartamentos para retirar todos os animais de estimação que haviam ficado presos - estavam todos felizes com seus donos no jardim do community centre.

O problema agora é que as pessoas já estão há 4 dias desalojadas e ainda não há previsão de quando vão poder voltar pros apartamentos (se é que vão poder voltar).

Serviu pra nos lembrar que incêndio aqui não é brincadeira pois as estruturas são de madeira e queimam muito rápido.  E também da importância do tenant's insurance (que no nosso caso foi obrigatório para alugar o apto), que cobre o que está dentro do apartamento inclusive suas posses em vários casos inclusive incêndio.

Abaixo minha reportagem fotográfica do evento:

Imagem impressionante das labaredas e um morador 2 andares abaixo!


Um pedaço da varanda do 24o andar caiu e iniciou um novo foco de incêndio uns 10 andares pra baixo.  Vejam o morador do andar de cima olhando!


Bombeiros apagando o 2o foco


Nosso prédio à direita, com direito à carro de TV na frente pela vista "privilegiada" do incêndio


Trabalho dos bombeiros.  
Havia 120 bombeiros de toda a cidade e uns 30 veículos de emergência (bombeiros, ambulância, polícia...)

 Minha foto na 1a página do site de notícias local.  Esses aí foram aplaudidos quando saíram!

O mundo maravilhoso da Ikea

Pergunta rápida: qual loja todo imigrante vai para comprar móveis quando chega ao Canadá?  Se você respondeu Ikea, acertou na mosca!

Assim que tivemos o OK do condo, pedimos pra minha tia nos levar na Ikea.  Já sabíamos de outros blogs que lá é um lugar excelente para se comprar os primeiros itens (pratos, copos etc) e que esses itens eles não entregam, nem pagando.  Ou seja, tem que ir de carro.

Na 1a visita já compramos o jogo de pratos ($39 para 6 pessoas), copos (aqueles tipo de restaurante que eu adoro, por impressionantes 79 centavos cada!), um jogo de panelas (3 panelas mais uma frigideira, tudo bonitinho, por $59 - pra quem não cozinha está mais do que bom), cabides e já demos uma olhada em possíveis móveis para o apê como mesa, cadeiras, sofá etc.  Nessa visita já meio que decidimos qual seria nossa mesa, mas ainda não compramos nada pois precisávamos confirmar as medidas.

Pedimos uma planta do apê pro pessoal da construtora (o prédio é novo) e eles nos deram, mas toda em feet e inches e nem todas as metragens estavam lá (pois é, esqueceram de avisar o setor de imóveis que o Canadá adota o sistema métrico!).  Lá fui eu medir tudo de novo em metros (minha cabeça só raciocina em metros e ainda não temos iPhone pra ajudar na conversão) com a super trena que trouxemos do Brasil.  Foi bom também pois acrescentamos algumas medidas importantes como tamanho de dentro do closet para comprar gaveteiro etc.

No final de semana seguinte, depois de 3 dias no apê com apenas um colchão inflável emprestado dos nossos cumpadres e uma TV velha no chão, meu tio emprestou o carro e lá fomos nós na Ikea.  Era sábado do Labour Day weekend e notamos que a loja estava cheia, mas também não tínhamos muito como comparar.  A mesa era um item que precisava ser reservado - ok; escolhemos as cadeiras da mesa (só 2 pra começar), uma escrivaninha (impressionante como é barato) e uma estante.  Sofá decidimos esperar e pesquisar em outros lugares.  Diferente da Tok&Stok,  na Ikea o comprador pega um carrinho de compras especial, vai no almoxarifado e pega todas as caixas dos móveis antes de pagar no caixa - bom, só a fila para pegar o tal carrinho demorou quase 20 minutos!  Aquele lugar era a visão do inferno, hipermercado dia 24 de dezembro 4:30 da tarde, sabem?  Pois é, mas tínhamos que aproveitar o carro do meu tio e lá fomos nós.  Estante - ok.  Escrivaninha - só tinha 1 pé (precisa de 2, certo?). Cadeiras - não tinha nenhuma pra contar a história!  Enquanto o marido enfrentava a fila de 40 minutos pra pagar, fui numa ilhazinha de customer service perguntar pro moço se realmente não tinha o outro pé da escrivaninha.  O rapaz foi super atencioso mas falou que não tinha e que ia chegar no dia seguinte, e que as cadeiras só na 3a feira.  Aí pedi pra ele olhar o estoque das outras lojas e ele viu que em Vaughan (uma cidade do lado de Toronto) tinha tudo que precisávamos.  Enfim, pagamos tudo e fomos pegar a mesa no lugar especial (acho que pelo fato de ser de vidro não fica nas prateleiras normais).  Mais 15 minutos nessa.  De lá (North York), fomos até o downtown descarregar as coisas no apê - aproveitamos pra levar a Jojo dar uma voltinha, um olhou pro outro e dissemos: vamos pra Vaughn.

Lá fomos nós, da outra Ikea deu uns 15 minutos pela highway, foi sossegado.  Chegando lá não tinha uma alma na loja pra contar a história - juro, se soubesse tinho ido lá desde o início.  Enfim, entramos, pegamos o que queríamos e fomos embora.  Chegamos na casa do meu tio pra devolver o carro e pedir pra ele pelo menos levar a gente até o metrô, pra não ter que levar as cadeiras no ônibus.  Na hora que ele viu ficou com dó e decidiu trazer a gente até o apê - já era de noite e de carro é rapidinho.  Nessa mesma noite já montamos a mesa e as cadeiras e conseguimos jantar olhando pra nossa vista panorâmica, uhu!

Na semana seguinte, decidimos fazer um outro "Ikea run" - a loja de Etobicoke estava dando um cupom de $25 para estudantes no sábado para compras das 17 às 21hs, shuttle grátis e desconto na entrega.  Decidimos nem pegar o carro do meu tio emprestado de tanta trabalheira que ia dar (e ele mora longe de Etobicoke).  Após muitas pesquisas em diversas lojas, tínhamos decidido comprar nosso sofá na Ikea mesmo (fomos até numa loja que fabricava na China e era relativamente barato, mas eu ia ter que sentar no chão por no mínimo 8 semanas até ter um sofá).  Enfim, compramos sofá, mais uma estante, um gaveteiro e as outras 2 cadeiras da mesa de jantar, além de outras traquitanas como um porta-toalha, umas caixas porta sapato bárbaras e um gaveteiro para o meu armário de roupas!  Como o cupom dizia que era válido para estudantes com carteirinha, eu aproveitei e usei também, já que ainda tinha minha carteirinha ISIC válida do meu MBA que acabei no meio do ano.  E, também promoção de estudante, $20 de desconto na entrega - total de savings: 70 dólares.  E o melhor de tudo - não tivemos que carregar!  Pela volume das coisas que compramos não ia caber no carro do meu tio, íamos ter que fazer 2 viagens e só de pensar na canseira dá preguiça.  No dia seguinte estava tudo em casa na parte da manhã.

Agora a parte chata: uma das cadeiras veio com a base completamente torta.  Na hora que pegamos na loja não percebemos, só na hora de montar mesmo, e imediatamente liguei pro customer service, que me deu um file number e me disse que em 48 horas alguém ia me ligar.  Já achei ruim, afinal, queria a cadeira logo, certo?  Meu raciocínio foi o seguinte: se pagamos pra entregar e o produto veio com defeito, a obrigação é deles de vir trocar.  A "viagem" até a Ikea de metrô até a última estação + shuttle é longa e cansativa, ainda mais carregando peça (fora o "dinheiro do busão" ha ha ha).  Enfiim, 3a feira (48 horas depois nada), 4a feira liguei lá, fiquei exatas 1 hora, 10 minutos e 2 segundos na musiquinha (ainda bem que era 1-800 e liguei do Skype) e não consegui falar com viva-alma.  Decidi mandar um e-mail pro customer service expondo a situação, dizendo que eu paguei pela entrega e não tinha como ir pessoalmente na loja fazer a troca de um produto que veio com defeito e que eu simplesmente queria que viessem aqui com o pedaço novo da cadeira e pronto.  Thank you for your message, someone will contact you within 24-48 hours!!!!  Enfim, final de semana quis um break de Ikea e resistimos à tentação de ir, mesmo meus tios e primos vindo aqui domingo e uma cadeira fazendo falta.  2a feira (vejam bem, já mais de uma semana depois do 1o contato) liga uma pessoa pedindo desculpas, perguntando se eu já tinha ido até a loja resolver o problema (acho que essa é a técnica deles) e dizendo que outra pessoa iria me ligar pra marcar de trocar a peça!!!   Dear lord!  Que confusão!  No fim, na 5a feira precisei ir até Etobicoke pra pegar a tradução da carteira de motorista e aproveitei a viagem, peguei o shuttle da Ikea com a pé da cadeira pendurado nas costas e lá fui eu trocar.  Já cheguei pro moço expondo meu caso, reclamando da falta de atenção (tudo numa boa, numa nice) e perguntando que tipo de compensaçãos eles iriam me dar pelo meu "inconvenience" (e que mega inconvenience, certo?).  Enfim, ele me ofereceu 20 dólares de crédito na loja e eu aceita na hora!

Ou seja, a Ikea é ótima, baratésima, tem as coisas pronta-entrega (dica, se quiser algo especial olhe o estoque pelo site da loja que você vai antes de sair de casa - aprendi que dá pra fazer isso, assim você não perde a viagem), muitos itens legais etc etc.  Mas vá preparado para muito trabalho pesado (se for trazer móveis), e customer service péssimo se você tiver algum problema fora do comum.  E apesar de eles dizerem que só trocam se você tiver toda a embalagem original, o rapaz falou que eles também aceitam produtos sem a embalagem, mas pode ser que descontem uma pequena porcentagem (bom saber).  Eu ia trocar um toalheiro que compramos e depois descobrimos que nosso banheiro é todo de dry-wall e não tem onde pendurar o dito-cujo, mas acreditem se quiser não achei o toalheiro no recibo - acho que a moça no caixa acabou não registrando e saímos de lá sem querer sem pagar o toalheiro.

Enfim, esse final de semana fizemos mais um break de Ikea.  Essa viagem na 5a feira arrebentou as minhas costas, ninguém merece.  Impressionante que só gastei 10 dólares na loja dos meus 20 de crédito, mas aproveitei e olhei várias coisinhas, tirei medidas etc.  É realmente o lugar mais prático pra comprar mesmo quem não tem carro, pois na pior da hipóteses dá pra pagar pra eles entregarem e pronto.

PS: nossa cama acabamos comprando na Sears e não na Ikea.  Não gostamos dos colchões da Ikea apesar de serem relativamente baratos.  Colchão é algo muito pessoal, nós somos meio frescos com as molas ensacadas e frescuras em geral e acabamos comprando na Sears do Eaton Centre.  Pesquisamos até na Sleep Country Canada, que é uma rede enorme que tem aqui, mas o vendedor parecia que estava num mercado persa, mostrando o preço pra gente numa calculadora, se recusando a anotar num papel e tudo isso pelo mesmo preço da Sears (demos sorte de pegar a semana de "sale" de colchões).  O senhor (juro, quase 70 anos) que nos atendeu foi super atencioso, nos deu de brinde o frame (que é o móvel de metal onde fica apoiado o box e o colchão), um jogo de capas pras rodinhas do frame (senão a cama anda pelo quarto, que tem piso de madeira) e ainda uma capa para colchão - algo que é caro aqui mas eu recomendo, pois dá pra lavar e secar na máquina e evita os famigerados bed bugs (assunto pra outro post).  Recomendo a Sears, pena que os móveis de lá não sejam nosso estilo e sejam meio caros.  Eles ainda dão garantia ilimitada de 10 anos, se daqui a 8 anos der xabu no colchão eles nos dão um novo.  Nada mal!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A carteira de motorista - Parte I

Como todos já leram em outros blogs, temos que tirar nossa carteira de motorista aqui no Canadá pois a do Brasil vale pouco tempo (em Ontario, 2 meses apenas para novos residentes - pra quem vem a passeio são 3 meses, mas é melhor não arriscar e providenciar tudo em 2 meses).  Em Ontario, os passos estão descritos nesse link do governo da província.

Para os brasileiros em Ontario:
- Passo 1: entrar no site do  Consulado Brasileiro em Toronto na seção de carteira de motorista.  Lá está tudo explicadinho o que você precisa levar no dia para pedir o tal papel comprovando que você tem X anos de carteira no Brasil.  Tem que levar a cópia de tudo mesmo e a money order de $18.75 por pessoa (se forem 2 ou mais pessoas, pode ser uma money order só.  Quem tem HSBC Premier não paga o valor da money order, que normalmente é de $6).  É só seguir os passos que não tem erro, uns 3 dias depois dá pra ir buscar.  O consulado é super central e acessível de metrô.

- Passo 2: fazer tradução da carteira de motorista.  Ué, eu li em outro blog que não precisava da tradução?  Pois é, eu também li em outro blog e na página do governo está claríssimo dizendo que precisa da tradução, mesmo assim resolvi (não) pagar pra ver.  Fui tentar fazer a prova e dei com a cara na porta.  Dica importantíssima: só são válidas traduções feitas por tradutores da ATIO - Association of Translators and Interpreters of Ontario.  Ah, mas eu fiz tradução juramentada no Brasil - azar amigo, jogou dinheiro fora.  Eu dei uma googlada rápida e achei a dica no blog Folha do Canadá de uma tradutora (Florinda), pesquisei o telefone dela no site da ATIO, liguei, fechei o preço (ela estava cobrando $30 pra uma pessoa, mas pra casal cobrou $40 pelas duas, ufa!), mandei as carteiras por e-mail (eu já tinha tudo escaneado).  Ela faz no mesmo dia, de um dia pro outro.  Fiquei de buscar amanhã.  Aí na hora ela pega a original pra dar aquela conferida "oficial" e pronto.

- Passo 3: estudar pra prova escrita.  Bom, isso vai de cada um, né?  Você pode comprar o livrinho em milhões de lugares (custa $19 + taxes), emprestar de alguém, pegar na biblioteca (você a essa altura já tem um cartão da biblioteca, certo?) ou estudar pela internet no Driver's Handbook Online.  Alguns conceitos são um pouco confusos, a maior parte das coisas são óbvias mas várias são bem particulares, então é bom pelo menos dar uma lida, apesar de eu já ter ouvido falar de gente que não leu e passou.  Eu dei uma lida pela internet (demorou um tempão, umas 4 horas, tem coisa pra caramba).

- Passo 4: pegar seus documentos e ir fazer a prova escrita: lembrete importante: tem que levar comprovante de residência.  Alguma coisa com o seu nome e o seu endereço comprovando que mora aqui.  Eles são bem flexíveis, aceitam contrato de aluguel, carta do banco..., acho que até a carta com o endereço onde você mandou entregar o seu SIN card eles devem aceitar (cheque antes se for seu caso).  No meu caso, levei a carta da empresa de seguros onde fizemos o seguro do apartamento.  Além disso, passaporte, a carteira de motorista do Brasil, a tradução e o papel do consulado.

Mas, onde fazer a prova?  O site só dá os lugares onde são feitas as provas práticas (todas no fim do mundo, longe do metrô).  Felizmente minha cumadre tinha me dito que tinha feito a dela na 777 Bay, que dá pra ir andando daqui de casa.  É no Service Ontario, tipo Service Canada, mas da província (para quem veio como imigrante a essa altura já conhece o Service Ontario pois foi lá fazer o OHIP - no nosso caso eu ainda não conhecia).  Dica - tem uma Dollarama no mesmo prédio, aproveitem a visita!  Não precisa marcar, mas fui hoje na hora do almoço e tinha uma fila gigante, espera de 3 horas.  O rapaz sugeriu de eu voltar outro dia umas 8 e pouquinho e fazer a prova direto.

Em breve, próximos passos da carteira de motorista de Ontario

sábado, 18 de setembro de 2010

O nosso condo!

Nós vimos um condo bem no centro que não gostamos e era caro, e outro que marcamos com o corretor pelo Craigslist e o cara simplesmente não apareceu.  Mas aqui, olha que interessante, vários prédios têm aptos térreos então pelas janelas deu pra ver como eram os aptos (o prédio era novinho) e adoramos.  No final de semana tentamos os sublets:
  - o 1o era de uma mexicana que alugava um apto "mobiliado"- só de olhar pro prédio já vimos que não tinha a menor condição.  Apesar de ser muito bem localizado, o nível do prédio era baixíssimo e as pessoas que entravam e saiam uma mais estranha que a outra.  O apto estava alugado para 3 chineses que estavam simplesmente amontoados em toda a "mobília" do apartamento, um nojo de lugar.  Pelo menos era barato (you get what you pay for).
 - o 2o achamos pelo Craigslist e pra nossa surpresa, como muita gente se interessou, o dono marcou um open house (era um condo).  Isso normalmente é feito para aluguéis e vendas, é marcado um horário (nesse caso do meio-dia até 1 da tarde) onde as pessoas podem ir olhar o apartamento e o realtor (corretor) está lá dentro.  Quem se interessa preenche um formulário e reza pra ser escolhido.  Na chegada já tinha outro casal numa situação idêntica à nossa, também estudantes, e tanto nós quanto eles oferecemos de pagar os 4 meses de aluguel do sublet de uma vez.  Nisso já vi que nossas chances estavam baixas.  Conversamos bastante com a realtor e ela falou que tinha outras propriedades etc e ficou de nos ligar o mais rápido possível, pois nisso já era dia 21 e a gente queria mudar dia 1o.

Na 2a feira nos ligou a Priscilla, a realtor, dizendo que não tínhamos sido escolhidos para o sublet.  No fundo no fundo, acho que ela não nos recomendou pro dono do apê pois sabia que a gente poderia conseguir algo definitivo.  Ela prontamente nos enviou links de condos do MLS.ca (para quem não conhece, é o Multiple Listing Services, onde todas - ou quase todas - as propriedades para alugar ou vender estão listadas).  Dos que ela nos mandou, falei que ainda tínhamos mais uns $150 de budget e ela mandou mais alguns na 2a feira.  Selecionamos 5 e já na 3a feira no final do dia saímos com ela para ver os 5 condos - nesse meio tempo, 2 já tinham sido alugados.  Todos eram bem centrais, perto de Yonge & Bloor (localização excelente e ainda perto da universidade).  

Fomos ver um no prédio que tínhamos adorado antes, era todo novinho, andar alto etc; vimos um que era bem escuro e com vista pra parede do prédio da frente, um com um cheiro terrível de curry onde tinha umas 3 pessoas morando amontoadas (mesmo em condo isso acontece!) e até esse momento o "winner" era o do prédio que tínhamos adorado antes.  O último era um pouco mais afastado, uns 4 quarteirões do metrô, mas eu tinha marcado pois no listing dizia "bedrooms: 1 + 1" e eu fiquei pensando que talvez tivesse mais de um dormitório.  Chegamos, o prédio lindo, novinho (ainda com um pouco de obra rolando) e chegamos no 25o andar.  Primeira surpresa: vista panorâmica pro lago!  2a supresa: o apartamento tinha 1 dormitório mais um den (NT: den é como se fosse um 2o quarto pequeno mas sem janela, normalmente usado como escritório).  Todas as appliances (lavadora, secadora, máquina de lavaar louça, fogão, microondas, geladeira com freezer, tudo em inox!) e pelo mesmo preço do outro que, apesar de uma graça, era bem menor.  Aí perguntamos pra ela qual era o senão e ela explicou que era o "low income housing" que tem do lado, existe um conjunto habitacional gigante bem em frente ao prédio, além de algumas instituições para doentes mentais na região.  Na hora eu e o marido decidimos que era ali mesmo - a gente não se importava de não ter vizinhos ricos e trombar de vez em quando com alguém falando sozinho na rua para morar naquele condo!  Uma outra coisa era a planta da cozinha que era meio esquisita, totalmente aberta (sem balcão), mas o piso da cozinha era de azulejo e o da sala laminado, então de noite ficamos já quebrando a cabeça em como colocar uma mesa de jantar no apto.

No dia seguinte liga a Priscilla com a seguinte notícia: o condo tinha sido alugado.  Ela ficou tiririca, pois o "listing agent", que é o corretor do dono do apto, não falou que já tinha oferta no condo, senão talvez nem tivéssemos ido ver.  Mas a Priscilla é bárbara e super eficiente, quando ligou pra gente já disse que já tinha conseguido mais 4 aptos no mesmo prédio pra gente ver naquele dia, mas só 1 com vista panorâmica - isso era umas 11hs, meio-dia já estávamos lá pra ver.  Todos os que vimos tinham a mesma planta, que na nossa opinião era melhor que a do apê que perdemos: cozinha com balcão e consequentemente sala maior, e banheiro com box e chuveiro, sem banheira (aqui isso é raríssimo, mas achei bárbaro, ninguém merece limpar banheira, escorregar na banheira e afins).  O único com vista panorâmica era no 18o andar e não dava pra ver a CN Tower, mas quem precisa ver a CN Tower com um apê desses, ha ha ha.  Outra coisa que aprendemos é que a face sul (em Toronto, com vista pro lago) é equivalente à face norte no Brasil - é muito melhor ter face sul pois pega o sol da manhã e da tarde.  Com tudo isso visto, preenchemos a papelada na hora e a Priscilla saiu pra batalhar o condo pra gente!  Oferecemos 50 dólares a menos que o valor que estavam pedindo, anexamos nosso extrato do HSBC com todo o dinheiro que já tínhamos transferido pra conta, preenchemos nossos locais de trabalho (afinal, o marido continua com a empresa no BR e eu continuo como freelancer da empresa onde trabalhava) e fomos pra casa torcer pra dar certo.

Depois de um tempo ela ligou dizendo que pediram um "employment letter" do meu marido dizendo quanto ele ganhava etc.  A vantagem é que, como ele é o dono da empresa, pedimos para a minha cunhada que é a sócia da empresa fazer a carta rapidinho pra gente e mandar escaneada - a Priscilla sabia que estávamos aqui como estudantes, mas ela achou melhor nem comentar e já que a gente conseguia a employment letter fácil, melhor.  Tivemos essa sorte, que muitos imigrantes recém-chegados não tem, de ter uma employment letter pra mostrar e às vezes demoram mais pra conseguir um lugar bacana pra morar por conta disso.

No dia seguinte ela nos ligou pra dizer que nossa oferta tinha sido aceita.  Yupiiiiii!!!!!!  Estávamos com data de início 1o de setembro, mas ela ainda conseguiu a chave pra gente uns 2 dias antes pra já irmos levando nossas malas e caixas, passar aspirador etc.

Realmente tivemos um bom começo em Toronto: um condo bárbaro, com todas as máquinas que temos direito, super bem localizado (em downtown, perto de 2 estações de metrô), novinho, com den e ainda vista pro lago!  E tudo isso pelo valor que pagávamos de aluguel + condomínio + IPTU no apto em São Paulo.  Abaixo nossa vista (sem a CN Tower, já que o prédio da frente bloqueia, mas dá pra ver do cantinho da varanda, rs rs rs):



Uma amiga nossa daqui disse que quando ela chegou em Toronto ela não gostava do Canadá, mas que depois que ela se mudou pra um apê legal ela passou a gostar :-).  Morar bem é fundamental - pra quem está vindo, recomendo se programar pra talvez pegar um sublet, nem que seja num basement, no começo e assim que se estabelecer ir pra um lugar onde se sinta bem, que goste da região, do prédio... minha tia está desesperada pra sair de onde eles estão morando, a vizinhança está cada dia pior, o prédio é mal administrado...  Nós tínhamos a "restrição" de querer morar em downtown por conta da universidade, mas há muitas áreas boas em Toronto nos mais variados níveis de preço.

Dicas importantes do post:
- Estejam perto do metrô.  O TTC (sistema de transporte de Toronto) é eficiente e cobre a cidade inteira, mas quando é preciso pegar ônibus ou streetcar, o tempo das viagens aumenta demais (além do sofrimento no inverno).  No começo a maioria não tem carro e a maratona de ter que ir pra lá e pra cá, comprar coisas, ter que carregar em 3 conduções, sair correndo do metrô pra não perder o horário do ônibus, ter restrição pra sair no final de semana pq o ônibus só passa de 1 em 1 hora realmente é melhor evitar.
- Se quiserem um condo, esqueçam Craigslist e peguem um realtor.  Corretor de imóveis aqui é coisa séria, não é aquela coisa largada do Brasil.  E só eles têm acesso aos melhores condos, conseguem negociar etc.  Já ouvi falar de muitos realtors que não fazem aluguel, pois o trabalho é quase o mesmo de uma venda e a comissão muito menor.  Nós demos muita sorte de achar a Priscilla - se alguém quiser o contato dela mande o e-mail nos comments, mas já aviso que ela é canadense e só fala inglês.  Ela já está pensando a longo prazo, na casa que ela vai vender pra gente daqui a uns 2 ou 3 anos :-).  Nos ajudou, fez follow up e até dicas de loja de móveis ela mandou!  A outra opção é pegar os anúncios no MLS e ligar pros corretores, mas não é legal o seu realtor ser o mesmo realtor do dono do apto, até por conflito de interesse (isso fazia até parte do contrato).

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A diferença entre condo e apartment

Nós brasileiros traduzimos apartamento automaticamente para apartment, certo?  Sim, mas uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.  Uma das lições mais valiosas que aprendi é que aqui na prática é o seguinte:
- Apartment: geralmente um prédio operado por uma empresa que é dona de todos os apartamentos.  Ou até um prédio pequeno com um dono pessoa física que aluga os "apartments";
- Condo: apartamento do jeito que estamos acostumados no Brasil.  Ou seja, um prédio onde cada um é dono do seu "apartamento" e, se quiser alugar, faz um contrato direto com o interessado.

Agora a parte mais importante da diferença entre condo e apartment: apartment normalmente tem lavanderia no subsolo e condo, além de ter máquina de lavar e secar no apartamento, normalmente tem também lava louça.  Podem me chamar de fresca e do que quiserem, mas uma das coisas que eu fazia questão na "terra sem criadagem do Canadá" como diz a Flávia do blog Crônicas do Iglu, eram esses appliances geniais dentro do meu apartamento (digo, condo).  No prédio dos meus tios vivenciamos o que é descer com a roupa, ver se tem máquina disponível, por pra lavar, subir.  Dali a 40 minutos, descer e por tudo na secadora.  Dali a 40 minutos, descer de novo para dobrar as roupas (isso se estiverem todas sequinhas e não precisar colocar um pouco mais de tempo) - como diz nosso cumpadre que também mora em Toronto, lavanderia comunitária só é bonito no seriado Friends.  Fora o custo: na ponta do lápis, sai uns bons $50 por mês só de máquina de lavar e secar para um casal, considerando todas as roupas, mais toalhas, roupas de cama etc toda semana.

Uma outra coisa importante que vimos é o famoso "you get what you pay for" - aqui em Toronto é tudo meio que tabelado - região X tem aluguel Y para um apto/condo de nível Z e assim por diante.  Não existe milagre.  Tudo que é muito barato tem algum "senão"- vai de cada um saber se aceita ou não.  Os meus tios moram num apto enorme, com aluguel bem barato - a consequência disso é o prédio com manutenção capenga entre outras coisas.

Celular, computador e a busca por apartamento

A solução pro nosso problema do celular, dada a falta generalizada de iPhones 4 em Toronto, foi ir numa loja chinesa e pagar $25 pro cidadão desbloquear o celular do marido que veio do Brasil.  Foi o rapaz da loja da universidade que nos indicou onde ir, tipo uma Santa Efigênia de Toronto, com várias lojas de eletrônicos etc etc, até que encontramos uma loja que fazia o desbloqueio.  Aproveitamos pra colocar mais $10 de crédito no pré-pago e lá vamos nós.

Outro item imprescindível é um computador.  Podíamos usar os computadores dos meus tios, mas só checar e-mail, coisas rápidas.  Computador é essencial para falar no Skype, procurar apto, emprego, etc etc.  Lá fomos nós na BestBuy do Eaton Centre comprar um.  Acabamos escolhendo um Toshiba nem muito simples, nem muito incrementado, que seria o computador do marido pra universidade, que é mais um computador pra Word, Excel etc.  Nós bem que tentamos fazer um cartão da biblioteca pra poder usar o computador lá, mas a gente ainda não tinha nenhum papel com nosso endereço, então não deu.

Fomos também no HSBC para pedir os cartões de crédito.  Fomos direto pra fila Premier e preenchemos a papelada.  Tem que preencher proposta, eles mandam por malote pra central, que analisa e quem sabe te dá o cartão.  Tudo beeem devagar.  Ainda bem que viemos com os cartões do Brasil com bastante limite para as primeiras compras (que são muitas e caras!), assim continuamos a juntar milhas nos cartões (antes pagar IOF e juntar milhas do que pagar no débito, esse é o meu lema!).

A busca "internética" por apartamento continuou.  A gente queria um apto para mudar dia 1o de setembro e nisso já estávamos em 18 de agosto, não estávamos achando mais nada de sublet pro dia 1o, só pra outubro.  Acabamos marcando de ver 2 sublets no final de semana, rezando pra dar certo.

Primeiro dia, universidade, celular etc

Olá queridos leitores do blog,

Eu quase sumi, mas saibam que todos os dias eu tenho idéias geniais (e modestas, rs) para posts mas como ainda não escrevi os detalhes do nosso primeiro mês fico enrolando, enrolando...

Bom, depois do descanso do 1o dia, no dia seguinte fomos na Budget devolver a van que meu tio alugou para nos buscar no aeroporto.  Como o apartamento dele é relativamente grande, empilhamos as caixas num canto da sala e economizamos um $ em storage para as coisas até encontrarmos um apê.  De lá, já pegamos o metrô e fomos direto pra universidade.

A carta de aceitação dele era "conditional" - a condição era apresentar o diploma original de conclusão da faculdade, além de uma tradução juramentada.  Nós mandamos a tradução juramentada assim que recebemos a carta de aceitação (vai com uma cópia autenticada junto) e pusemos uma notinha dizendo que não iríamos de jeito nenhum mandar o diploma original por FedEx ou qualquer coisa que o valha e que então apresentaríamos na chegada ao Canadá.  Fomos lá no Registrar's Office, a moça olhou pro diploma, tirou uma cópia simples e disse "uma outra pessoa vai olhar, dar o OK e mandar a carta final de aceitação pelo correio".  O quê???  Correio de novo NÃO!  Juro, não sei o que os canadenses tem com correio, que coisa do século retrasado.  Enfim, conversamos bastante com a assistente do curso dele que é uruguaia e ela já falou pra ele ficar atento às matérias pois muitas já estavam lotadas.  Como assim?  É que as matérias foram liberadas em julho pro pessoal se inscrever, como ele não tinha sido aceito oficialmente não tinha como se inscrever em nada.  Ela se comprometeu a ficar de olho no Registrar's Office e nos avisar quando a carta estivesse pronta para não termos que esperar o Canada Post!

De lá, fomos na U of T Bookstore dar uma olhada em celular e computador.  Eu me lembrava que eles tinham deals para estudantes em celulares lá.  Nós dois queremos o iPhone 4 e, ha ha ha, o Canadá inteiro também quer.  Sold out.  O rapaz explicou que com a carteirinha de estudante (que nesse momento meu marido não tinha pois ainda tinha que esperar a tal carta) em qualquer loja da Rogers dava pra fazer o plano de estudante que tem uns extras.  Demos uma olhada em preços de computadores, o Juan olhou os Macs também, já que tinha um vendedor dando sopa.

A resolução para a questão celular foi fazer o que já tínhamos pensado desde o início, usar o chip que eu já tinha da Fido pré-pago enquanto a gente espera o celular.  Questão: não conseguimos desbloquear o celular do marido ainda no Brasil pois a TIM pedia 5 dias úteis e quando fomos na loja não tínhamos mais os 5 dias úteis, e o meu celular (um iPhone 3G) eu vendi no Brasil.  Ou seja, estávamos descelularizados.

Exaustos que estávamos, voltamos pra casa do meu tio que é bem longe do centro (Bayview com 401, para os familiarizados).  O trajeto de metrô até que é bem tranquilo, o problema é que ainda precisa pegar um ônibus que só sai de 30 em 30 minutos - ou seja, chegou 1 minuto atrasado na estação, tem que esperar o próximo.  E ele ainda passa em todas as ruazinhas do bairro e demora mais 15 minutos pra chegar no prédio - ou seja, qualquer viagem pro centro acaba levando praticamente 1 hora.

Chegamos e fomos direto pro Craigslist procurar apartamento.  Nossa idéia era pegar um sublet de alguns meses para escolher depois bairro com calma e tal, e ficamos direto no Kijiji e Craigslist, com pouco resultado.  Fora que ainda não tínhamos celular pra dar retorno (aqui é muito comum o pessoal fazer "screening" das ligações: você deixa um recado e a pessoa retorna) - ou seja, completamente fora do mundo civilizado se você não tem celular.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Postagem extra - Brazilian Day Canada 2010

Ola pessoal (atencao - post sem acentos, compramos um Mac e nao me entendi com o dito cujo ainda)

Ontem finalmente instalaram internet no nosso apto (sim, temos apto!).  Contarei tudo na ordem, mas pra nao perder o embalo vou falar do Brazilian Day Canada que foi no feriado de Labor Day.

Nos tinhamos inclusive nos cadastrado para sermos voluntarios no evento, mas o marido foi la no domingo ja pra ajudar e a organizadora dos voluntarios nao foi la muito educada com ele, entao acabamos indo de espectadores mesmo.  Sabiamos que a Ivete ia entrar umas 18:30, apesar de o evento comecar 14hs, entao antes fomos com a Jojo fazer um passeio no Harbourfront, dar uma espairecida etc, e de la fomos caminhando pela Yonge Street ate o local do evento.

Eu imaginei que estaria uma muvuca, confusao etc, mas eh impressionante a organizacao aqui.  Havia algumas ruas fechadas (tenho certeza que os organizadores acharam que ia mais gente, mas o tempo estava meio sem graca e nao ajudou) e estava tudo funcionando normal - as lojas da rua que estava fechada estavam todas abertas, o Eaton Centre que eh o shopping em frente tambem...  Nos posicionamos na propria rua atras da muvuca (tinha um pessoal la doido pela Ivete todo esmagado lah na frente).  Nos estavamos com a Jojo entao ficamos mais pra tras, estava cheio de familia, gente com bebe de colo, crianca, outros cachorros etc.

Eu nao me fantasio mais de brasileira da rua (leia-se camisa verde-amarela etc) pois ja passei maus bocados na Europa uma vez, entao a unica brasileirinha mesmo era a Jojo, com sua bandana do Brasil que ela ganhou pra Copa do Mundo e ja estreou aqui em Toronto!

Uma coisa muito interessante aqui eh que nao se pode beber na rua, apenas em lugares com licenca para vender bebidas.  Havia um "biergarten" na area vip (custava CAD 130 pra entrar ou algo assim), o unico lugar com bebida alcoolica.  O que eh barbaro, pois nao tem ninguem com isopor vendendo cerveja e, consequentemente, nenhum bebado na rua!  Como nao pensei nisso antes!  Estava super seguro, ate saquei minha super camera da mala numa boa!


Nos chegamos na Dundas Square umas 17 e pouco e na hora que nos posicionamos o Serginho Groisman ja anunciou a Ivete!  Acho que eles deram uma antecipada pois o ceu estava com uma cara de que ia chover...  De onde nos estavamos nao dava pra ver nada do palco, tinha um cara da Globo bem na frente bloqueando a visao, mas pelo menos no telao estava otimo, olhem que foto legal essa ai ao lado: "Toronto's #1!"

Engracado eh que os outros teloes da Dundas (pra quem nao conhece eh, digamos assim, uma Times Square em Toronto, guardadas as devidas proporcoes) estava transmitindo outras coisas, soh esse mesmo estava passando o show.  Onde nos estavamos nem havia mais caixa de som (estavam todas na praca mesmo, e nos estavamos na rua) e as criancas (filhas de brasileiros ja nascidas no Canada que nunca ouviram falar na Ivete) estavam mais interessadas na Joy do que no show.  Umas partes foram mais animadas que as outras, ela cantou musicas de varias fases da carreira, e no final, obviamente, a musica Festa.  Nessa hora falei pro marido que era pra soltar a franga, o pessoal em volta ja tinha quase todo ido embora, soh tinha uns perdidos ali (de diversas nacionalidades, acho que gente que estava saindo do shopping e deu uma paradinha pra olhar) e eu era a unica que estava cantando as musicas - impressionante!  Mas pra musica Festa o marido tambem se soltou e demos nossos pulinhos ali mesmo na rua mais longa do mundo!

No final foi muito engracado, pois eu conheco a Susan, a "host" brasileira que apresentou o evento em portugues.  O host que falava em ingles, falou "the queen of Brazil" bem na hora que ela estava chegando, foi muito engracado!  Preciso marcar de jantar com ela, pois o marido ainda nao a conhece nem o marido dele.

Voltamos a pe pra casa, sossegadamente, sem muvuca, sem empurra-empurra, sem nada.  Eu que sempre detestei ir em shows no Brasil justamente por isso acho que vou comecar a ir mais aqui em Toronto!

Eh isso ai por hoje, as proximas postagens contando as nossas aventuras nessas 3 semanas de Canada estao a caminho!