Show de rock no Canadá vs. show de rock no Brasil

Semana passada tivemos show do Bon Jovi aqui em Toronto!  Fiquei super feliz, pois ele tinha vindo pra cá em julho mas nós só chegamos em agosto e depois foi pro Brasil em novembro e nós já por aqui.  Pelo menos tive uma nova chance pois a última vez que o BJ havia ido ao Brasil fazia mais de 15 anos!

Eu nunca gostei de ir em shows porque não gosto de muvuca, aperto, cheiro de xixi etc - meu marido comentou que no Brasil a pessoa sofre tanto pra chegar no show, entrar no estádio, o show atrasa 4 horas etc que na hora que o cantor entra no palco é uma alegria surreal!  Já aqui vi várias crianças de uns 8, 10 anos acompanhando os pais (acho que não tinham com quem deixar, levaram as crianças junto pro show!).

Uma observação importantíssima: um estádio feito para jogos de hóquei é beeem menor que o Morumbi em SP - ou seja, qualquer ingresso no Air Canada Centre dá pra ver super bem o palco.

Abaixo um pequeno comparativo de um show de rock em SP vs. um show de rock em Toronto (exageros são propositais):

SP: show no Morumbi (com direito a sol na cuca, chuva, calor, sereno etc)

TO: show no Air Canada Centre, coberto e climatizado

SP: super trânsito pra chegar, flanelinhas cobrando R$50 pra parar o carro em terreno baldio

TO: chega-se de metrô e da estação até o ACC existe uma passagem subterrânea, não precisa nem sair na rua

SP: revista na porta

TO: uma mera olhadinha na bolsa

SP: banheiros com filas imensas e sujos

TO: banheiros com filas rápidas e limpinhos - o sabonete era bem cheirosinho...

SP: todo mundo de pé se espremendo na pista - quem chega primeiro leva.  O povo da arquibancada sentado nos bancos de concreto.

TO: todos os lugares são marcados e com cadeiras acolchoadas.  Fica de pé quem quer.

SP: show atrasa horas

TO: show começa na hora

SP: ambulantes vendendo bebida no isopor.  Filas e filas nas pseudo-lanchonetes

TO: várias opções de lanche, pipoca, nachos, cachorro quente.  As lanchonetes têm cerveja, refris e até vinho.  Os vendedores credenciados vendem bebidas durante o show pro pessoal não precisar levantar.

SP: o show do Bon Jovi é bárbaro

TO: o show do Bon Jovi é bárbaro

SP: as pessoas demoraram horas pra conseguir sair do estádio, chegar nos carros, sair pelas ruas residenciais do Morumbi onde todo mundo parou em lugar proibido e agora a rua travou!  Chega-se em casa 2 da manhã, com fome, exausto, queimado de sol porque chegou cedo pra pegar lugar e molhado porque choveu!

TO: sai todo mundo rapidinho, pega-se o metrô e chega-se em casa 23:30, a tempo de ir dormir cedo porque no dia seguinte é preciso trabalhar.

Aprovada a experiência de show de rock em Toronto!  Vou virar roqueira depois dos 30!

Frase do dia: "Frio eu mato no peito, bala não"

Ontem saímos com os nossos cumpadres e ficamos falando da vida no Brasil, da vida no Canadá, se um dia a gente volta ou  não volta.  Até que nosso cumpadre comentou estar conversando com um brasileiro que mora aqui em TO há vários anos, trabalha numa empresa de consultoria e poderia voltar pro Brasil para ganhar super bem num estalar de dedos.

Meu cumpadre perguntou: fulano, por que você não volta pro Brasil?  Aqui no Canadá faz muito frio!

A resposta: Frio eu mato no peito, bala não.

Para se pensar...

6 meses de Canadá

Olá leitures,

Desculpem pelo sumiço das últimas 2 semanas.  Estou suuper atrasada nas leituras dos outros blogs (logo logo vcs vão me ver fazendo comentários nos post antigos) quanto na atualização deste aqui.

Essa semana completamos 6 meses de Canadá.  Uma mistura de parece que faz mais tempo com "nossa, já 6 meses".

A avaliação geral é que estamos satisfeitos com a decisão de mudar pra cá e com o que conquistamos até agora.  O marido já está na metade do mestrado, entendendo cada vez mais sobre o sistema educacional do Canadá e da província de Ontario.  Eu em 3 meses e meio consegui um emprego que estava há muito tempo tentando conseguir no Brasil e nada - só por isso já mais do que valeu a mudança, conseguir voltar pra área de trabalho que eu gosto tanto.

Estamos muito bem instalados no nosso apartamento, que apesar de um pouco menor em metragem é muito mais bacana do que o que tínhamos em SP, com direto à vista panorâmica pro lago e tudo (e pagamos o mesmo valor de aluguel/condomínio aqui que pagávamos em SP).  Com relação ao carro, saímos de uma Fielder 2004 pra uma Santa Fé 2007 e ainda sobrou troco!

Ainda falta bastante para estarmos totalmente integrados à sociedade local (se é que isso existe), mas lendo e assistindo os noticiários, conversando com quem é canadense ou que está aqui há mais tempo aos poucos vamos entendo melhor como funciona a sociedade canadense.

Ainda temos muito o que conhecer da cidade e do país.  Agora com emprego temos um pouco mais de folga para ir a restaurantes e fazer pequenas viagens, aos poucos vamos conhecendo mais a região.  Semana passada comprei a revista Toronto Life, equivalente à Veja São Paulo, para irmos pelo menos lendo um pouco mais sobre a cidade.

E que venham os próximos meses!

Filme quebecoise na disputa do Oscar

Decidimos ir ao cinema na 6a passada e acabamos indo assistir ao filme "French Canadian" Incendies pois foi o que mais nos chamou atenção (e que ainda não tínhamos visto) no cinema que escolhemos.  Não sabíamos muito sobre o filme, apenas vimos o trailer no site do cinema.

A primeira surpresa foi ver o cinema LOTADO assistindo um filme falado em francês e ainda com legendas.  A segunda foi a qualidade do filme - excepcional!  Depois descobrimos que o filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro (que na verdade é melhor filme em lingua estrangeira) e foi do shortlist de vários festivais de cinema inclusive do TIFF (Toronto International Filme Festival).

Para os que querem praticar o francês, já aviso que mais da metade do filme é falado em árabe!  Ele se passa em Montréal e na Palestina (muito mais na Palestina).  É a história de uma mãe que deixa no testamento para os filhos gêmeos a incumbência de encontrar o pai e o outro irmão deles, que eles nem sabiam que estavam vivos.

Com a indicação ao Oscar, a Sony Pictures já comprou os direitos para exibir o filme nos EUA e imagino que mais cedo ou mais tarde apareça nos circuitos alternativos no Brasil.

Para quem está em Toronto, parece que o filme está em cartaz apenas no Cineplex Odeon Varsity (na Bloor com a Yonge).  Pra quem quiser um gostinho, segue o trailer: