Sábado foi
dia de fazer o landing! Eu tinha um
compromisso até 10:50, então só pudemos sair de casa 11hs. Eu gosto de ir cedinho pros States pra pegar
menos fila na fronteira, mas dessa vez não teve jeito. Sugiro todo mundo ter no celular um bookmark
das páginas de Border Wait Times tanto dos EUA quanto do Canadá. Dessa vez baixei um app também, BorderBuddy,
que fica mais fácil de consultar e diz
que pega o tempo real dos viajantes, funcionou bem.
Eu queria
pegar a Rainbow Bridge (perto das cataratas) pois era mais perto de onde íamos
buscar a nossa mesa, mas o BorderBuddy e os luminosos na estrada nos avisaram
que a fila lá era de 1:20, portanto fomos pra ponte de Lewiston, cidade que
morei no intercâmbio, onde a fila era de 20 minutos. Fui “rata” sempre ficando à direita, pois conforme
a fila vai andando quem está à direita tem acesso a mais cabines e passa mais
rápido. Fui surpreendida quando o moço
avisou que teríamos que entrar – não entendi porque, pois tanto eu e marido
tínhamos carimbo válido para o EUA, mas vamos lá.
45 minutos
de espera depois (isso que estavam trabalhando super rápido), Officer Martinez
chama a gente – lembrávamos dele, pois já tínhamos passado com ele uma vez (ele
obviamente não lembrava da gente). O
problema era que minha última entrada nos EUA com o passaporte português tinha
sido por aeroporto e eles não grampeiam aquele papelzinho mais pra quem não
precisa de visto e entra por aeroporto e, sabe-se lá porquê, o pessoal da
Lewiston Bridge exige o raio do papel. Já passei pela Rainbow e pela Peace Bridge só
com o carimbo sem papelzinho, enfim, aprendi a lição e sem papel não vou mais por Lewiston. O chato é que o Officer
Martinez ficou fazendo aquele monte de perguntas, até porque marido tem um nome
bastante comum e segundo o officer do aeroporto o perfil dele é acessado toda
hora pelas agências americanas – learning: dê um nome bem diferente para o seu filho! Quando ele começou a perguntar qual o nosso
status no Canadá, comentei que iríamos fazer o landing (até esse momento estava
praticando o “don’t ask, don’t tell”) e mostrei meu passaporte brasileiro com o
visto de imigrante, e ele fala “xi, acho que vou ter que mandar vocês de volta!”. Eu “Nooooo!
We want to go shopping!!!” Ele
pergunta pro colega do lado que fala que tudo bem ele deixar a gente entrar nos
States. O argumento dele era que se a
gente não fosse aceito pro landing seríamos mandados de volta pro último ponto
de entrada, os EUA, e eu falei “we are good for it” (imagine, a Nina e a Jojo estavam
em casa esperando a gente!).
Entrada nos
EUA carimbada, paguei os maledetos $6 pelo papel que eu nem devia ter precisado
em primeiro lugar, quando na saída percebo que estou com o recibo dos $6, o passaporte
antigo do marido, o novo do marido, e o meu portuga. Cadê o brasileiro??? Volto correndo “Officer Martinez, I think
you have my Brazilian passport!” – desse jeito realmente os canadenses iam me
mandar de volta! Ufa! Essa foi por pouco!
Fomos
correndo na CBI buscar a mesa que
compramos na Amazon, pois eles fechavam 15hs.
Nossa tradição inclui uma parada no restaurante Honey’s, super
americano, só tem comida trash deliciosa
e barata! De lá fomos pro outlet mall
fazer umas comprinhas básicas, estava precisando de calça e umas roupitchas pro
trabalho. Vapt-vupt no shopping, parada
rápida no Target, checamos o BorderBuddy de novo e decidimos voltar dessa vez
pela Rainbow Bridge. O bacana da Rainbow
é que dá pra ver as cataratas, adoooro!
Aviso o
oficial que íamos fazer o landing, ele me pergunta quanto tinha de compras e
nos manda pra sala de dentro. Uma mega
fila pra pagar o imposto – eu achando que iam me dar um desconto no imposto
pois estávamos fazendo o landing, que nada, a officer falou “primeiro paga o
imposto depois passa naquela cabine ali pra fazer o landing”, aff! Lá fomos nós, o oficial fala “xi, landing?
Não sei se vai dar tempo de eu fazer”.
Eu perguntei se era o final do turno dele e ele explicou que de hora em
hora os oficiais mudam de posto, então deu a papelada pra uma outra
officer. Mostrei meu holerith como prova
de fundos e ele mandou a gente sentar.
Uns 10 minutos depois, a officer pediu minha carteira de motorista com o
endereço. Mais 10 minutos, chamou a
gente, mandou assinar que nunca tínhamos cometido crime, sido deportados etc,
avisou que a partir de agora éramos landed immigrants, que tínhamos que ficar 3
de cada 5 anos no país e toda aquela informação que a gente já sabia. Durante todo o tempo ela nem olhou no olho
nem nada, não falou welcome do Canada ou nada parecido, ficamos até sem saber
se já tinha acabado o “processo”. O bom
é que ela explicou que se o PR card não tiver chegado, podemos sim ir pros EUA
e voltar só com os landing papers se formos de carro, se formos por um “commercial
carrier” tem que pedir o travel document pra voltar. Info importante essa.
Foi
isso. O Officer Martinez no EUA acabou
sendo muito mais simpático (e memorável) que a Officer X canadense (pois nem
descobri o nome dela), mas o importante foi ter saído de lá com o landing
feito!
Hoje já fui
no Service Canada mudar o meu SIN number (dica, levem o cartão velho, eu vou
ter que voltar lá pra devolver o antigo) e vou marcar um horário pra ir no
Service Ontario mudar nosso OHIP.
Mais uma
etapa vencida!!!