sábado, 27 de novembro de 2010

1a neve da Joy!

Olá leitores,

Estou com vááários posts na cabeça, mas vou aproveitar esse que está fresquinho.  Hoje tivemos uma neve forte durante uma meia hora aqui tem Toronto (a 1a da temporada) e chegou a cobrir o chão.  Logo na sequência saiu um sol lindo e levamos a Joy pra conhecer a neve.  A princípio ela achou meio estranho escorregar na calçada, mas no geral acho que ela gostou!  Fotos abaixo:




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A carteira de motorista - Parte III

Hoje li um comentário em outro blog de uma pessoa dizendo cansada de posts sobre carteira de motorista, mas como o objetivo desse blog é ser informativo, vamos ao que interessa!

Como disse em outro post, marcamos as aulas de auto-escola com o Alexandre e posso dizer que, sem elas, teria sido impossível pra nós passar.  A estratégia dele para os imigrantes (que já têm muitos anos de carteira nas costas) é justamente ensinar as regras e truques que são particulares daqui e ensinar a passar na prova!

Assim que tiramos a G1, ligamos pra ele como número da carteira e ele mesmo marcou a prova e pagou com o cartão de crédito dele.  Ele marca em um test centre específico, lá em Etobicoke, e tivemos que esperar quase 1 mês pela prova prática.  Durante as aulas, ele fez o circuito que os examinadores fazem umas 20 vezes conosco, alertando para todas as "pegadinhas" do percurso (por examplo uma placa de Mississauga dizendo que a velocidade na cidade é 50km/h "unless otherwise stated" sendo que estávamos numa via de 70 km/h - aí a pessoa vê a placa, fica nervosa, vai a 50 e é reprovada por andar muito de devagar).  Ele faz a gente meio que memorizar a velocidade máxima permitida em cada uma das ruas do circuito, tomar cuidado para o carro não acelerar na descida, lembra que temos que fazer "shoulder check" o tempo INTEIRO, dá as dicas para entrar na highway na velocidade certa etc.  Ele inclusive nos orienta a colocar o espelho retrovisor um pouco pra cima, que nos força a virar o pescoço pra cima pra olhar e, dessa maneira, o examinador tem certeza que você olhou pro espelho.

Eu tive uma aula de 2 horas no domingo, uma de 2 horas na 4a e na 5a feira 11:15 era o meu teste.  Às 9:15 ele me pegou para a última aula, me mostrou como fazer o 3-point-turn, o parallel parking (o mais impressionante é que eu tive dificuldade nesse!  Eles mandam parar atrás de um carro, mas não com um carro atrás da gente - o que seria uma vaga.  Eu sem ter o carro de trás pra me orientar me embananava toda, já que a vida inteira só fiz baliza quando necessário, né?  Se não tem carro atrás a gente entra de frente e pronto, rs rs rs) e mais uma rodada geral pelo circuito.

Na hora do exame, veio um senhor de uns 70 anos, cabelo bem branquinho, ser o meu examinador.  Primeira pegadinha - havia um bando de adolescentes saindo da escola e atravessando fora da faixa, fiquei meio sem saber o que fazer, não podia passar por cima mas sabia que também não podia parar pra dar passagem.  Ele super fofo me orientou "we want to protect them, but we can't encourage jaywalking" - ou seja, não é pra fazer eye-contact nem parar totalmente para encorajar a atravessar fora da faixa, mas óbvio que não é pra passar por cima!  Fomos pra highway e fiquei toda feliz de ter conseguido entrar a 100km/h e ele me orientou que, quando não vem ninguém atrás, não precisamos necessariamente esperar chegar nos 100 (o Alexandre discordou disso, falou que ele é "old school" etc, mas entendi o ponto dele).  Quando estava quase acabando o teste ele me mandou virar numa rua que o Alexandre não tinha me levado!  Lá eu fiz o parallel parking (o Alexandre acha que nas ruas onde normalmente eles fazem o parallel parking não devia ter nenhum carro parado pra fazer o exercício, por isso ele me levou nessa outra rua, mais movimentada).  Depois a surpresa: ele me pediu pra fazer um U-turn!  Aqui é bizarro, quase todas as ruas são mão dupla e pode-se fazer em U-turn em praticamente todas elas.  Eu tinha feito com o Alexandre, mas não imaginei que fosse cair no teste - o Alexandre falou que foi justamente porque ele me levou pra essa rua diferente que precisei fazer.  Quando estávamos voltando pro test centre, ele falou pra virar à direita no próximo semáforo.  Estava vermelho e eu fiquei lá parada esperando ficar verde, nem me lembrei que aqui pode virar no vermelho!  Sorte que isso não conta ponto na prova, eu tentei disfarçar com um "alguns lugares como Montréal não se pode virar à direita no farol vermelho" e voltei conversando com o senhor até o local do teste.

Estacionei e ele começou a contar os pontos.  Fiz 8 erros e passei (o Alexandre falou que até uns 15 erros eles aceitam - óbvio que depende da gravidade do erro) - a maioria foi por andar muito devagar (por exemplo ao entrar na curva tem que entrar acelerando, muito estranho) e alguns por não ter olhado 200 vezes pros lados.  Agradeci o senhor pelas dicas que ele me deu também e ele falou que ele foi paramédico por 20 anos e viu muitos jovens sofrendo acidentes de carro.

Foi um alívio ter passado na prova (até porque eu precisei fazer o teste 4 vezes quando tinha 18 anos pra tirar carteira no Brasil) - ter a carteira G diminui o valor do seguro e permite fazer aluguel de carro por hora (vou contar em outro post).  Fora que se eu não tivesse passado teria que pagar de novo o road test (meu leitor Pedro me avisou que é $40 no caso, por ser o teste G2) além de mais aulas.

No final, pagamos 270 dólares cada um para o Alexandre pelas aulas e valeu muito à pena.  Vi em outro blog uma pessoa que fez o teste no mesmo dia que eu e foi reprovada mesmo tendo feito aula em auto-escola, mas pelo relato dela me parece que ela foi mal orientada, pois nem sabia direitinho o tal "shoulder check".  O Alexandre disse que isso acontece aqui, os caras não dão todas as dicas nas aulas pra forçar a pessoa a ter que fazer mais aulas depois.  Por isso, auto-escola, só com recomendação!

Pra quem estiver em Toronto o contato do Alexandre é 416-841-0666 - nussdrivingschool@hotmail.com

Agora só falta comprar o carro!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Custo de "set up" e as taxinhas do Canadá

Muita gente se pergunta "quanto dinheiro devo levar pro Canadá", faz contas de custo de aluguel, transporte, compra de móveis etc etc.  Mas uma coisa que sentimos no bolso foram as lindas "taxinhas" e como o custo de "set up" de uma família pode passar do orçamento rapidamente.  Meu tio que fala: "aqui no Canadá sempre tem que pagar uma taxinha...".  Vou listar aqui as principais taxinhas que tivemos que pagar para ajudar os que ainda não vieram a se programar:

- Taxa de entrada de animais - $36: pra quem vai trazer seu melhor amigo de 4 patas, a primeira "taxinha" canadense é cobrada já no aeroporto, teoricamente para vistoria do animal (o oficial nem olhou pra Joy pra ver se era cachorro ou gato).

- Toronto Animal Licensing - $25 por ano se o animal for esterelizado (se não for é $60).  Ainda tive que levar no veterinário daqui com o ultrassom que fiz na Joy antes de sair do Brasil (R$90) para poder dar como referência na hora do cadastro ($85 a consulta - e o veterinário falou que eles jamais ligaram para conferir se o animal foi castrado ou não...).

- Depósito de segurança das chaves do apartamento - $200:  Sim, você leu certo, $200!  Além de pagar o último mês de aluguel (que é praxe nos contratos aqui) tivemos que dar essa caução de $200 para garantir a devolução das chaves - só veremos a cor do dinheiro de volta quando entregarmos o apê.  Parece que nossas chaves são especiais e caríssimas, mais o magnético pra abrir a porta da frente, elevador... enfim, uma facada e não tem pra onde correr.

- Set up da conta de luz - $30:  Nosso prédio tem medidor de energia individual (coisa rara, mas o prédio é novo) e fomos obrigados a ter uma conta na Carma, que é a empresa que cuida do "billing" da conta de luz para a  empresa de energia.  E ainda descobri que eles cobram um security deposit de 2.5 vezes o valor médio da conta pra quem não tem histórico de "bom pagador de conta de luz" - esse ainda não veio...

- Depósito de segurança da Rogers para celular - $100 por pessoa: de novo, como não temos histórico na Rogers e fizemos planos pós-pagos, a linda empresa nos cobra $100 por celular de segurança.  O valor é pago à vista e o $$ volta em 6 meses (pelo menos volta, mas é custo).  Não sei se cobram de todo mundo, mas no nosso caso já tínhamos feito o plano de TV a cabo e internet, além das duas linhas pós-pagas, e sem histórico, não teve jeito - a vantagem de fazer tudo com a Rogers é que eles dão desconto pelo "bundle" de vários serviços, portando valeu à pena.

- Activation fee do celular - $35 por pessoa: algumas empresas isentam essa taxa, mas é cobrada pela província e pode variar.  Às vezes dá pra conseguir uma promoção que não cobre (normalmente os pré-pagos não cobram), mas como fizemos o plano do iPhone, dá-lhe taxa!

- Carteira de motorista - esta é uma facada - total por pessoa: $468.75 (ui!):  $18.75 da taxa do consulado, $20 da tradução juramentada, $85 pela prova escrita + licença por 5 anos, $75 para o road test, $270 de auto-escola (esse é opcional, mas altamente recomendado).  Fora os $6 da money order caso o seu banco cobre (o nosso não cobrou).

Vejam que nessa brincadeira uns $1,500 voaram no nosso caso...  Os $200 da Rogers e $200 das chaves do apê voltam, mas é dinheiro que sai e demora pra voltar.

Pra quem quer economizar ao máximo no início, sugiro trazer os celulares desbloqueados do Brasil (façam isso com antecedência - deixamos pra última semana e a TIM pede sei lá quantos dias úteis pra desbloquear e acabou não dando tempo.  Sem deixar de verificar antes se o seu celular funciona aqui - aquela história de tri-band, quadri-band etc) - ou pagar $25 em Chinatown pra desbloquearem - e ativarem uma conta pré-paga no início.  Recomendo a Fido - comprei o chip pelo Ebay.ca por $25 com $25 de crédito, mas o custo também é alto - 20 a 30 centavos por minuto para ligações feitas ou recebidas.

Quanto à carteira de motorista, ela não é essencial, essencial se a pessoa morar perto de transporte público.  Mas recomendo tê-la o quanto antes - várias empresas perguntam se você tem carteira de motorista (mesmo para empregos que, a princípio, não tem nada a ver com nada - foi recomendação de headhunter), fora que se você precisar (ou quiser) alugar um carro e estiver com a carteira do Brasil "vencida" aqui, eles até te alugam o carro (já soube de gente que conseguiu), mas se você sofrer um acidente pode dar confusão pro seguro pagar.  O tempo para obtenção da carteira de motorista é razoavelmente longo (1 mês e meio em média) e ano passado eles ficaram uns 6 meses em greve - então melhor resolver o assunto de uma vez (e também evitar fazer o road test com gelo e neve, por exemplo).  Se a pessoa quiser ter apenas o ID (que é o mais usado aqui, como bem lembrou a Marden nos comentários), dá pra fazer só a prova escrita que já recebe a driver's license de aprendiz (que serve como ID do mesmo jeito) e dá pra deixar a parte mais cara pra fazer um pouco depois.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A carteira de motorista - Parte II

Olá leitores,

Long overdue... a continuação da saga da carteira de motorista. Para quem não leu, segue o link da Parte I.

Enfim, chegamos lá no Service Ontario um dia cedinho (umas 8:30) já orientados pelo funcionário quando fui da outra vez - no dia que eu fui tentar fazer a prova pela 1a vez sem a tradução cheguei lá meio-dia e pouco e a espera era de 3 horas.  Mostramos a documentação completa na recepção (leia a Parte I se você for tirar sua carteira em Toronto) e aguardamos um pouco para fazer o exame de vista e a prova escrita (uns 20 minutos, talvez).

Chegando no guichê, faz-se o exame de vista (100% de aproveitamento, uhu!) e entrega-se os documentos e paga-se a taxa de $85 ($10 pela prova escrita e $75 pelo direito de dirigir por 5 anos).  A mesma pessoa já tira a sua foto e coloca os seus dados no sistema que depois vão para sua carteira de motorista.  Aqui só uma observação: a pessoa coloca o seu nome EXATAMENTE como está no papel que você recebe ao entrar no Canadá (no nosso caso, o work permit e study permit) e não como está no visto (no meu caso, estava meu nome completo direitinho).  Problema: esse papel não tem espaço suficiente para todos os nomes (caso o seu seja minimamente comprido).  Acabei pedindo pra ela abreviar um dos sobrenomes e mantive último sobrenome, primeiro nome (que no meu caso é duplo) e inicial do 1o sobrenome.  O meu SIN card só tem o meu último sobrenome... já estou com várias identidades.

Depois entra-se na sala para fazer a prova escrita.  No nosso caso não teve computador não, foi papel e lápis mesmo.  Conforme bem lembrou a Marden no comentário do outro post, você pode pedir pra fazer a prova em português (ou francês, ou um montão de outras línguas).  Eu pedi pra fazer em inglês mesmo pois tinha estudado em inglês e achei mais prático "manter o padrão".  A prova não é tão fácilzinha não... e pior, como vamos fazer direto a prova prática da carteira G eu meio que passei batido no manual em tudo que dizia respeito as carteiras G1 e G2 - só que isso caiu na prova!  Coisas tipo: quantos pontos você perde se estiver dirigindo a carteira G1 e fizer infração X?  Foi um sufoco, fiquei super feliz quando a moça falou que eu tinha passado (já não tinha certeza de mais nada) - eles corrigem na hora mesmo e você sai de lá com um papelzinho dizendo que passou na prova.  Depois entrega-se o papelzinho em um guichê e na sequência você sai de lá com sua carteira G1 provisória (só um papel que precisa ser usado com um photo ID).

Uns 10 dias depois chegou a G1 pelo correio.  Até que saímos bem nas fotos.  A partir daí, já se tem um ID canadense e pode-se deixar o passaporte guardado direitinho na gaveta!

O próximo passo é marcar o road test, ou teste prático, que custa outros $75.  Aprendendo com os erros dos outros, já tínhamos a dica dos nossos cumpadres que, sem fazer aula de direção, praticamente impossível passar na prova.  Pior - se você pula para a prova G e é reprovado no road test, além de ter que pagar pra fazer de novo é obrigado a cair para a G2 (não é o fim do mundo, mas quem tem G2 normalmente tem seguro do carro mais caro e não pode fazer aluguel de carro por hora na AutoShare).  Seguindo indicação deles ligamos para o Alexandre, que é professor de auto-escola e não se lembra a última vez que um aluno dele reprovou (ótimo sinal).

O Alexandre é brasileiro e está aqui há uns 20 anos.  Ele sabe tudo de direção em Ontário, dá até aula para formar examinador - um especialista no assunto.  Ele mesmo marca a prova prática, pois ele marca num test centre específico.  Minha cumadre falou: faça tudo que ele mandar que você passa na prova.  Tivemos que esperar mais ou menos 1 mês pela prova prática - meu marido fez na semana passada e passou!  Uhu!

Essa semana é a minha vez.  Fiz a 1a aula com o Alexandre no domingo e o negócio é tenso "shoulder check, shoulder check", acelerar pra entrar a 100 km/h na highway quando a alça de acesso é minúscula (o carro gritando de tanto que eu acelerava)... ufa!  Cheguei em casa exausta!  Amanhã tenho mais uma aula e 5a é a prova e ainda terei uma aula antes da prova.  Wish me luck!