sábado, 14 de dezembro de 2013

Fim de ano, fim do blog

Olá queridos leitores

Este post está na minha cabeça faz tempo, mas ainda não tinha tido coragem de colocar aqui no blog – chegou a hora da despedida.

Depois de quase 4 anos de blog, quase 200 posts, 100 mil page views, só tenho a agradecer o que esse blog proporcionou – um lugar para dividir ansiedades e dúvidas, para ajudar os que ainda estavam por vir, para dividir emoções e conquistas e fazer amizades que vão durar toda a vida!  Muitas das pessoas que fazem parte da minha “Canadian Family of Friends” conheci através desse blog.

Nesses 3 anos e meio de Canadá, muito aconteceu (3 anos, 3 meses e 3 semanas de acordo com o ticker to blog):




- Muitos primeiros: primeiro condo, primeiro carro, primeiro inverno, primeiro verão, primeira casa própria, primeiro emprego...
Primeiro cachorro, primeiro inverno


Verão - como faz calor nessa terra!

- Muitos segundos: segundo carro, segundo emprego, segundo cachorro...

Segundo cachorro, quarto inverno!

- Muitíssimas conquistas: desde a carteira de motorista, as conquistas materiais e principalmente as conquistas emocionais – tantas amizades que vão nascendo ao longo do tempo.

Amizades na patinação

Acho que não é coincidência a cidadania vir depois de 3 anos de residência permanente – os 3 primeiros anos realmente são cruciais na adaptação e para uma pessoa saber se quer realmente fazer parte deste país pra sempre.  No meu caso, tenho 1 ano a mais para esperar, pois nos 2 primeiros anos aqui ainda estava com visto de trabalho (que só conta 50% do tempo para cidadania).

Dividindo algo pessoal com os leitores, agora no final do ano decidi me separar do meu marido.  Uma decisão obviamente difícil depois de 10 anos juntos e que não é fácil pra ninguém, principalmente morando em um país diferente.  Além de tudo, estou tendo que aprender as regras de divórcio no Brasil, no Canadá, divisão de bens etc.   Amigos no Brasil me perguntaram se eu iria voltar para o Brasil – amigos do Canadá nem fizeram tal pergunta, pois sabem o quão adaptada eu estou a esse país.  Desde a primeira vez que vim pra Toronto quando tinha 16 anos, uma parte de mim sempre quis morar aqui.  E é realmente um grande privilégio.




Agora a próxima fase pra mim é entrar na vida de solteira no Canadá depois dos 30 e poucos anos – vender a casa que compramos como casal para comprar uma casa só pra mim, adaptar as finanças, solidificar as amizades e entrar de novo no mundo dos namoros e dos relacionamentos, dessa vez com pretendentes gringos!  Só esse assunto deve dar material para um blog novo inteirinho!

Aos que acompanham essa jornada desde o início do blog, aos que chegaram há pouco ou aos que apareceram aqui depois da publicação desse post buscando informações sobre o Canadá, o meu muito obrigada!  O blog vai continuar no ar, pois desde o início o objetivo dele é “ajudar ao próximo” – vários detalhes vão mudando ao longo do tempo principalmente com relação aos documentos, mas a essência continua.  E encorajo aqueles que estão pensando em criar um blog para ir em frente e pay it forward!

Deixo com vocês o vídeo que tem sido meu lema nos últimos tempos e acho que deve ser o lema de qualquer um pensando em embarcar nessa jornada: What Doesn’t Kill You Makes You Stronger!



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cuidado – HSBC Brasil fazendo downgrade das contas Premier para Advance

O assunto que mais bomba aqui no blog é o HSBC – afinal, com dinheiro todo mundo se preocupa.  Já fiz diversos posts sobre o assunto (é só clicar no tag HSBC para ler todos), mas esse é de utilidade pública.

Minha mãe recebeu uma cartinha no HSBC na casa dela (nosso endereço de correspondência no Brasil) e escaneou pra gente.  Na hora que fui ler, surpresa: Prezado “fulano”, a partir de setembro você será cliente Advance.



Minha reação imediata – PQP!!!  Que saaaaaco!  Até porque, qualquer problema que tenho com o HSBC no Brasil que tenha que falar com o gerente da conta não consigo resolver, pois nunca consigo ligar via Skype, eles não respondem email etc.

Primeiro dei uma olhada pra ver se a conta Advance era tão ruim assim.  Quer dizer, ruim ela não é, mas mudando para Advance perderia os benefícios que me fazem ser cliente HSBC em 1º lugar – transferência entre contas internacionais grátis, cartão de crédito Premier no Canadá, limite de cheque especial, atendimento preferencial etc.  Até me perguntei se, a essa altura do campeonato, já não era melhor desistir do HSBC de uma vez e a minha decisão foi: se não me mantiverem no Premier, vou fechar a conta e acabou.  A questão da transferência de valores hoje não é tão complexa, pois não transferimos mais quase nada e meus pais também tem conta no HSBC Canadá e poderiam transferir pra mim de vez em quanto (ou eu simplesmente usaria meu cartão de débito do Itaú pra sacar aqui ou algo parecido e economizaria a tarifa mensal Premier).

Já sabendo que no HSBC não acontece nada se não falar com o ombudsman,entrei no site do HSBC Brasil na seção fale conosco e coloquei lá a minha reclamação:
  • que nunca havia sido avisada que poderia ter downgrade da conta
  • que o HSBC é meu banco principal no Canadá e movimento a conta por aqui, por isso a movimentação no Brasil é baixa
  • que se o banco se propõe a ser um banco internacional, não pode sair dando downgrade nos clientes sem primeiro verificar todo o histórico
  • que mesmo não movimentando o Itaú Personnalité eles nunca me deram downgrade (o HSBC só me deu o Premier na época pois éramos Personnalité)
  • que não foram explicadas quais consequências essas mudanças poderiam ter no meu status no Canadá
  • que, se não mantivesse meu status Premier, iria fechar a conta e movimentar as minhas finanças através de bancos canadenses e pronto

           
2 dias depois, o gerente da minha conta (que já nem sabia mais quem era) me manda um email dizendo que tentou me ligar e não conseguiu – óbvio!  Pedi pra marcar um horário para ele me ligar, e o cara não retornou.  Tentei ligar a cobrar, via Skype etc e nada.  Mandei outro email reclamando dizendo que era justamente por isso que queria que eles me ligassem, e já aproveitei pra perguntar se queriam que eu mandasse meu holerith do Canadá pra lá (com o dólar a R$2,30, meu salário tá valendo mais ainda em real!).

Hoje recebo uma mensagem do fofo dizendo que não precisa mandar mais nada, que tudo bem.  Acho que devem ter levado um puxão de orelha por lá, mas pelo menos não vão alterar a minha conta (assim espero).  De qualquer maneira, agora tenho tudo por escrito no meu email caso aconteça alguma coisa.

Conforme vamos nos distanciando do Brasil, vai ficando mais difícil gerenciar o pouco que temos por lá.  Agora não consigo mais movimentar a conta brasileira sem entrar pelo site canadense com o token – o token do HSBC Brasil manda uma mensagem pro celular mas, como não tenho celular brasileiro, não posso ter o token!  Felizmente minhas transações hoje em dia são mínimas.  Cartão de crédito no Brasil não temos mais, pois o HSBC já deu downgrade no nosso para um limite de R$100 que não compra nem pão na padaria, e todos os outros acabei cancelando pois estavam querendo cobrar anuidade e hoje tenho cartões no Canadá grátis, não vale à pena pagar para ter cartão no Brasil.


Ficam todos avisados: avisem os parentes que recebem as cartinhas do HSBC para ficarem de olho no possível downgrade!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Enchente gringa!

Olá pessoas,

Ontem São Pedro achou que Toronto é São Paulo e resolveu abrir a torneira por aqui.  Toda a chuva caiu de uma vez bem no horário do rush, o negócio foi feio.




Na hora que eu saí do trabalho 18hs estava chovendo forte, mas achei na minha inocência que ia conseguir
chegar na patinação 19hs.  1 hora de depois, eu ainda estava dando volta perto do trabalho e encontrava todas as ruas ou alagadas ou travadas pq tinha um alagamento mais na frente.  Acabei voltando pro escritório, pois pelo menos tinhamos energia (de gerador), internet, comida etc.  Uma galera acabou voltando também.

Meu caminho pra casa - até parece que eu ia conseguir passar!

Depois de ficar ouvindo rádio com updates até 9 da noite, estava exausta e decidi dormir num hotel aqui perto mesmo.  Reservei pelo Priceline (ligando no hotel queriam $130, no Priceline foi $71) e lá fui eu.  Conferi antes se eles tinham energia.  Poderia ter ido para a casa de amigos aqui perto, mas sabia que o caminho pra lá tinha alagado mais cedo e não queria correr o risco de passar a noite no carro.  Fora que eles também estavam sem energia.

Mas, como enchente gringa é diferente, quem teve paciência e esperou até umas 10 e pouco conseguiu chegar em casa, mesmo quem morava longe.  A água desceu e mesmo demorando bastate o pessoal foi pra casa.  Várias estações do metrô alagaram e o metrô parou pela falta de energia, mas colocaram ônibus pra levar o pessoal (tudo bem que demorou uma eternidade por causa do trânsito).  Até o pessoal que ficou preso num trem que alagou (isso mesmo, um trem alagou!) foi resgatado de bote e chegou em casa - fotos abaixo.

Hoje de manhã, era como se nada tivesse acontecido.  Só algumas regiões ainda sem energia e uma das estações de metrô não funcionando.

Apesar do inconveniente, enchente gringa é assim: pessoal saindo na rua pra ajudar a limpar bueiro, pessoal na chuva avisando os motoristas que as ruas estão alagadas, ninguém ferido e ninguém precisou passar a noite no carro com medo de arrastão.

Vejam como foi:

#spfeelings

Cada um com os seus problemas!

O guarda-chuva era realmente necessário!

A pessoa pega o trem pra ir pra casa


Precisa ser socorrida de bote inflável...

E ainda precisa voltar a pé!


terça-feira, 18 de junho de 2013

Passando mais rápido pela imigração



Olá leitores,

Recentemente voltamos de férias "gringas" (leia-se Caribe, prometo um post a respeito!) e pela primeira vez usei os novos quiosques do Automated Border Clearance Program, que pode ser usado por cidadãos e residentes permanentes.

Quem viaja muito pelo aeroporto de Toronto sabe a loteria que é passar pela imigração na volta.  Como tem muito mais voo internacional chegando do que doméstico (já que todos os voos dos States são internacionais), se chega muito avião junto o negócio pega:


Ok que a fila normalmente é rápida, mas depois de horas de voo ninguém merece!  Eu sempre via com inveja o povo que tem Nexus (parceria dos EUA com o Canadá que as pessoas fazem a imigração na maquininha), mas como não sou elegível, me restava ficar na fila.  De uns tempos pra cá já tinham separado a fila cidadãos + residentes da fila dos visitantes que agilizou um pouco, mas as maquininhas são o máximo.

Primeira volta pelo Pearson com meu lindo PR card, pude estreá-lo na maquininha!  É bárbara, coloca-se o PR card ou passaporte na máquina, ele já vê quem você é.  Coloca-se a declaração de alfândega (aquela onde perguntam se vc trouxe algo acima da quota etc) e a máquina "cospe" a declaração escaneada.  Um oficial faz umas perguntas rápidas, no nosso caso "o que vocês trouxeram que custou $30 por pessoa" e, voilá, liberados.

Vejam que a máquina está em 6 línguas diferentes!
As máquinas estão disponíveis nos principais aeroportos canadenses!  Adoro morar no primeiro mundo!



Verás que um filho teu não foge à luta! Really?

Olá leitores,

Todo mundo acompanhando a manifestação dos 20 centavos que não é pelos 20 centavos.  De repente, estão aparecendo vídeos e fotos no Facebook contra a Copa do Mundo, que o Brasil tem outras prioridades etc etc etc.

A foto ao lado me chamou a atenção pois acho linda a letra do Hino Nacional e foi escrita pelo bisavô de uma amiga (cujo sobrenome, of course, é Duque Estrada).

Eu era adolescente na época do impeachment do Collor, as coisas melhoraram, mas não mudaram.  Parece que o Brasil dá 2 passos pra frente e 3 pra trás.  Vivi a primeira década do século XXI no Brasil cheia de promessas, ainda com a esperança de que tudo estava entrando nos eixos pós plano real etc para sermos brindados com 12 anos de presidência do PT além de todos os outros políticos de diversos partidos que só estão interessados no próprio bolso.

Vi o movimento "Cansei' em 2007, coisa de publicitário, muito legal, mas nada aconteceu.  Tive a infelicidade de ser demitida e demorar mais de um ano pra conseguir outro emprego - isso no país do futuro, no país que está crescendo...

Conheço MUITAS pessoas que já foram vítimas de sequestro relâmpago - é tão normal, que vão trabalhar no dia seguinte como se tivessem simplesmente tido um pneu furado na noite anterior.

Se eu acredito no Brasil?  Acho que a resposta é não, pois eu fugi à luta, admito.  Não no meu lifetime, não para a qualidade de vida que eu quero para mim e para meus futuros filhos.

Tenho saudade da família, dos amigos, da cultura, da comida.  Desde que vim pro Canadá só voltei ao Brasil 1 vez e, querendo ou não, os motivos que me fizeram deixá-lo continuam lá.  Eu, se pudesse, traria todo mundo que gosto pro Canadá.

Hoje teve mobilização aqui em Toronto, marido (que é argentino, diga-se de passagem) trabalha do lado e deu uma passada lá, conhecidos foram.  Quando me perguntaram se eu ia respondi "já fiz check out do Brasil há muito tempo".

Acho bárbaro as pessoas se mobilizarem para pedir mudança.  Se a mudança vai acontecer, quem viver, verá.  Será ótimo para o povo brasileiro, mas eu cansei de esperar.  Sou uma privilegiada por ter tido a oportunidade de sair do Brasil e construir uma nova vida num país mais justo.

A foto abaixo, tirada hoje por uma amiga na manifestação, faz um belo resumo:


Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

A pedidos: Mundial de patinação e aula com medalhista olímpico!

Olá leitores,

A pedidos (leia-se minha amiga Lapin-Mére), vou fazer um sumário do 1º Mundial dePatinação que assisti ao vivo, direto de London, Ontario!  Quem é leitor assíduo de blog ou por acaso notou a minha assinatura, vai notar que adoooro patinação!  O mundial desse ano foi em London e estava há 2 anos na expectativa!  


Pra aquecer, o campeonato canadense foi em Mississauga em janeiro e lá fui eu assistir!  Comprei os ingressos no 1º dia que estavam disponíveis e fiquei com lugar privilegiado, na 2ª fileira, na hora das finais.  Levei minha técnica de patinação comigo e mais uma amiga cujo sonho de criança era assistir um campeonato desses.  Assistimos de camarote o Patrick Chan ganhar pela 6ª vez o título canadense rumo ao mundial em casa!


Na semana do mundial, fui assistindo tudo pela televisão para chegar lá no clima.  Pra quem não sabe, as competições de Figure Skating tem 2 coreografias: os chamados short program e free program – ganha quem tiver a maior soma de nota dos dois programas.  O short vale 25% da nota e todos os elementos são obrigatórios.  O free program é, como diz o nome, livre, mas existem regras como número máximo de vezes que um patinador pode fazer um tipo específico de pulo, currupio, quantas voltas etc.  Eu tinha ingresso para todos os free programs e fui pra London na 6ª feira.

Entrada do Budweiser Centre, em London

Na 6ª assistimos duplas e masculino = 2 medalhas para o Canadá!  Em duplas, 3º lugar para Megan Duhamel e Eric Radford – adooooro - e no masculino, Patrick Chan ganhou o tricampeonato mundial em casa!  Vejam só, ele ficou em 2º lugar no free program (até caiu), mas na soma das notas, ficou em 1º.  Obviamente a casa foi abaixo!

 
Panorâmica do ginásio - notem a bandeira do Brasil à direita!
No sábado, dupla de dança e feminino.  Na dupla de dança, os campeões olímpicos Tessa Virtue e Scott Moir não só são canadenses como são de London!  Mais em casa, impossível!  A cidade estava um alvoroço só com isso, todas as famílias dos patinadores por lá etc – coitados, haja pressão!  Mal dava pra ouvir a música tanta a gritaria.  Não foi dessa vez, eles ficaram em 2º lugar para os rivais e amigos americanos Meryl Davis e Charlie White.  Dança é uma disciplina mais difícil para o público entender, pois a diferença está nos detalhes.  

Tessa e Scott fizeram a Carmem mais revolucionária de todos os tempos – quem acompanha patinação sabe que Carmem é a música mais usada (naquele sábado inclusive ouvimos no mínimo 3 vezes, inclusive a dupla que dançou logo depois deles!).  Eu sou suspeita, pois adorei!  Vídeo merece ser postado (esse com comentários da TV canadense):

                                                                                                               
                                                            Tessa Virtue & Scott Moir - Free Dance


No feminino, há alguns anos o Canadá não tinha uma patinadora competindo no top 10.  A surpresa desse ano foi a Kaetlyn Osmond, de 17 anos, que ganhou o canadense e foi super bem no short program e terminou em 4º lugar.  Todo mundo estava sonhando com uma medalha aqui também (nesse caso, o Canadá teria ganho uma medalha em cada disciplina), mas não foi dessa vez, ela terminou em oitavo lugar no geral.  Isso é uma excelente notícia, pois ano que vem o Canadá poderá mandar 2 patinadoras para o mundial e para as olimpíadas.

Vídeo MA-RA-VI-LHO-SO da International Skating Union com o resumo do campeonato - 4 minutinhos que me deixam arrepiada!



Não cheguei a ver a brasileira Isadora Williams patinar ao vivo.  Ela ficou em 25º lugar no short program e apenas as 24 primeiras se classificaram para o free – e com isso ela perdeu a qualificação automática pras olimpíadas também.  Uma pena.  Agora ela está correndo atrás da nota para conseguir se classificar.  Ela é super novinha, tem vários anos pela frente!



***

Para fechar com chave de ouro a temporada 2012-2013 de patinação, fiz um curso que o Skate Canada promoveu aqui perto para patinadores adultos.  Era um seminário com uma aula no gelo com a Tracy Wilson (que é comentarista de TV, medalha de bronze na olimpíada de 88 e coreógrafa de vários medalhistas) e uma aula “off ice” com a Sandra Bezic, coreógrafa.  Quando estou estacionando o carro, vejo do meu lado estacionando o Brian Orser que é, pra quem não sabe, um dos melhores patinadores da década de 80 e tem não apenas uma, mas duas medalhas olímpicas!  Ele ganhou prata de 84 e 88 na famosa “Battle of the Brians” e eu assisti zilhões de vídeos dele nos meus tempos de teenager.  Hoje ele é técnico de vários medalhistas, inclusive foi o técnico da atual campeã olímpica.  Enfim, eu achei que ele estivesse lá porque o marido dele faz aula de iniciante e talvez fosse também fazer o curso mas, surpresa surpresa, a Tracy Wilson teve um imprevisto e mandou o Brian de substituto!

Pára tudo!!!!!

Imagine se você é músico e vai fazer um jam session com o seu ídolo – sei lá, Bono, Paul McCartney, Rod Stewart, quem seja.  Pra mim, ter uma aula com o Brian Orser foi justamente isso!  No final ele ainda me ajudou, segurou na minha mão e me ensinou a fazer um passo!  #heartfailure!  Felizmente consegui manter o meu “cool” (teve gente lá que não conseguiu disfarçar a tietagem).  O lado ruim de manter o meu cool é que não pedi pra tirar uma foto com ele e contei só com a foto do grupo, que não saiu lá essas coisas.  Enfim, serve de lembrança.

Quem será que sou eu?


A temporada olímpica 2013-2014 começa com tudo – meu programa preferido, Battle of the Blades estará de volta em setembro!  Só aquecimento para Sochi, na Russia, onde será a olimpíada em fevereiro!

sábado, 27 de abril de 2013

Dicas para o imposto de renda canadense


Olá leitores,


Já dizia o sábio “In this world nothing can be said to be certain, except death and taxes”.  E a mordida do leão canadense é grande, então nessa época do ano em que estamos, a famosa “tax season” fica todo mundo atrás disso.

Em 1º lugar, esse post talvez seja um pouco em cima da hora para o IR desse ano, mas estou escrevendo com tudo “fresco” na memória, e na tax season do ano que vem vou postar novamente.


No 1º ano que tivemos que declarar o IR aqui, fiquei que nem doida atrás de informação e não achava nada na internet, blogs, sites especializados.  Eu acostumada a fazer meu IR rapidinho no software da receita, fui descobrir que naquele ano nenhum dos softwares que pesquisei aqui estava calculando direito os meses que moramos no país (eles não tinham um campo pra dizer a data em que a pessoa virou residente no país).  

Como chegamos em agosto e só comecei no meu emprego em 1º de janeiro de 2011, não tínhamos renda em 2010 pra declarar, mas como pagamos o mestrado do marido queria declarar para poder usar os refunds que o governo dá (sim minha gente, aqui você pode jogar algumas deduções de um ano para outro e só usar quando lhe convier).  O principal problema é que na época o marido não tinha SIN number pois não podia trabalhar (era apenas estudante) e pra eu fazer a minha declaração tinha que colocar o SIN number do marido!  Com muito custo, descobrimos que se um estudante não tem SIN number e mesmo assim quer declarar IR, precisa pedir um tal de ITN number (que é como o SIN, mas não vale pra trabalhar).  Claro, que isso é só por correio e demora 6 semanas pra ficar pronto e não ia dar mais tempo de mandar tudo antes do dia 30 de abril!  Fiquei até com palpitação de tanta ansiedade, com medo de não entregar tudo no prazo.  Acabamos parando num escritório da H&R Block, uma das empresas mais populares para fazer seu IR aqui – o contador que nos atendeu nos explicou que se você não tem imposto a pagar (que era o nosso caso), o deadline de 30 de abril para a entrega da declaração não procede – você só precisa declarar até 30/04 se tiver imposto a pagar, se tiver imposto a receber o governo não se importa se você atrasar. 

Ufa, com isso pra trás, conseguimos seguir a vida.  Acabamos fazendo o IR no 1º ano apenas no ano seguinte, um pouco antes da nova “tax season”.  Resolvi fazer a declaração sozinha afinal, não tínhamos renda.  Quase tive outro ataque de ansiedade – é simplesmente impossível um leigo fazer a declaração em papel!  É tanto campo, cálculo, termos que a gente não conhece... acabei colocando o rabinho entre as pernas e contratando um contador.  Ele até que fez um preço camarada (foi uns $100 para as duas declarações, já que não tinha praticamente nada a declarar!).  No ano seguinte, marido já tinha o SIN number.  Acabamos fazendo novamente com o contador pois queria garantir que o CRA soubesse que a declaração do ITN X agora era do SIN Y.  Aff!

Encontrar um contador também foi uma dureza.  Ninguém tinha ninguém pra indicar, tudo mundo só reclamava de seus próprios contadores.  Acabei caindo em um brasileiro indicado por um grupo no Facebook.  O cara resolveu o problema mas errou as duas vezes – ele me deu um papel dizendo que tinha direito a X de restituição e em ambos os anos o governo falou “olha, sua restituição é X – Y.  Desisti de pagar pro cara errar – e eu sou daquelas que tenho que confiar muito no trabalho de alguém pra deixar que essa pessoa faça algo por mim.

3ª tax season, hora de eu finalmente fazer minha própria declaração!  Pesquisei os vários softwares disponíveis (pra quem ainda não “sacou”, a receita canadense não tem seu próprio software, você precisa comprar um software de terceiros pra fazer sua declaração...) e acabei escolhendo o TurboTax.  


Na verdade, não comprei o software, fiz tudo online – a vantagem de fazer online é que você faz tudo, calcula a restituição e só no final, na hora de enviar os dados, é que paga.  Eu como sou desconfiada, depois que terminei tudo no TurboTax mas antes de pagar, fiz também a declaração pelo UFile.  Descobri que o sistema do UFile é o mesmo na H&R Block online, mas não gostei da navegação – achei que ele não me fez tantas “perguntas” e corria um risco muito maior de errar ou deixar de declarar alguma coisa (fora que ele calculou meu refund uns 3 dólares a menos!).  Existe um software grátis, chamado StudioTax.  Lá fui eu baixar e tentar usar – pior ainda!  Pra quem não entende de taxes canadenses, o negócio é um quebra-cabeças!  Veredito: continuarei fazendo pelo TurboTax nos próximos anos.  Antes de pagar joguei no Google “TurboTax coupon” e ainda consegui 15% de desconto.  Ficou $31 para as duas declarações (uma barganha comparado ao contador).

Exemplo de tela to TurboTax - seu refund vai aparecendo enquanto você vai preenchendo os dados!

Agora claro que nem tudo são flores!  No seu 1º ano, você não pode enviar a declaração pela internet (chamado Netfile – equivalente ao ReceitaNet do Brasil), tem que mandar pelo correio.  Você pode fazer pelo software e imprimir.  Como já estamos no 3º ano, achei que estivesse tudo ok.  Bom, a minha declaração foi bonitinha, a do marido “empacou” – o programa diz que é o 1º ano dele!  Aff!  Talvez seja porque mudamos de SIN number, sei lá.  Mas, como já sei que o deadline de 30 de abril não vale pra gente, estou sossegada!  Ele vai tentar ligar no CRA pra ver se resolve, mas qualquer coisa também é só imprimir e mandar pelo correio.

Ah, uma coisa que descobri é que no site do Canada Revenue Agency tem um “my account”. É bem bacana ter a senha (tem que pedir pelo correio e demora alguns dias pra chegar), pois na hora de você fazer sua declaração o governo começa a pedir informação das declarações do ano anterior e entrando nesse site está tudo lá, mesmo que você tenha perdido o papel (meu caso, sei que está aqui em casa em algum lugar, mas vai saber em que pasta foi parar!).

Parece que agora o TurboTax está fazendo declaração pró-rata no caso de quem virou residente no meio do ano.  Se for sua primeira declaração, confira direitinho e tente fazer pela internet, já que pra preparar tudo é grátis.  Se não der certo, bata em uma H&R Block da vida e morra com mais uma “taxinha”!